Preparativos para o interro
Recebendo a cruz de Roger, eu a enfio no chão onde foi me dito para colocá-la. Agora olharei para todos esperando para que seja feito o devido silêncio. Feito o silêncio, eu me levanto e tiro um frasco da mochila. Este frasco do tamanho de um palmo, possui uma forma semelhante à uma esfera, e está tampado por uma rolha bem larga. Ele é muito belo e é todo ornamentado em vidro e prata. Quando eu o destampo, um aroma bem suave de lírio do campo preenche todo ambiente, passando uma sensação de bem-aventurança e calma.
Neste momento eu olho para o céu e digo: Oh Terra mãe, acolhei seus filhos de sua jornadas, como a verdadeira e amorosa mãe que recebe seus filhos sempre com alegria, oferecendo para eles seu colo e afago. Que as dores e as alegrias, os segredos e as verdades sejam aqui protegidos do mal. Seu olhar maternal estará sempre voltado para aqueles que por cansaço ou por doença, foram abatidos e faleceram. Receba este humilde filho como mais uma semente que irá ser cultivada nos campos da vida e da morte.
Dito isto, eu começo a derramar no túmulo e no corpo seu conteúdo e digo as seguintes palavras:
"Ehlonna ar i eru i or ilye mahalmar eä tennoio!"
Então sem ninguém esperar, um raio luminoso rasga o céu, batendo ali, preenchendo a cova de uma luz dourada, iluminando todo o seu interior, como se tivesse aberto um brecha em uma nuvem no céu. Luz esta que depois de ditas as palavras, se extingui num piscar de olhos.
Eu volto minha visão agora para o corpo, me abraço como quem está com frio e dou um sinal de cabeça para que seja enterrado o corpo.