A torre
Meus caros Patrick e Sty, tenho certeza que a hora chegará para cada um. A noite está caindo e a hora de nosso descanso está chegando. Se seguirmos neste momento com a missão, teremos que inevitavelmente, descansar lá dentro, onde é muito mais perigoso, já que a parada é obrigatória para nossos corpos continuarem funcionando direito. Tenho certeza de que daqui à algumas horas estarão um pouco mais cansados do que agora, não que eu esteja duvidando de suas predisposições para tais empreitadas, mas acho que seria melhor para todos nós uma noite de sono.
Sty, perca um pouco do seu tempo, mas não perca a vida que tens.
E Patrick, é melhor dormir entre centenas de leões do que *dentro* de um.
E sorrindo para o grupo eu falo:
Uma vez, um certo pássaro, queria muito conhecer o sol, que para ele, era uma estrela muito brilhante que só existia em histórias muito antigas. Este pássaro vivia uma vida muito peculiar: vivia em sua plena e triste escuridão da noite, voando na velocidade do pensamento, na tentativa de achar o sol e trazer luz para sua vida. E sua busca era incessante e incansável, e isto ficou por eras e mais eras.
Mas inesperadamente um milagre ocorreu, o pássaro parou. Parou por que não via mais o motivo para tanto desespero em busca de uma coisa que o escapava à todo tempo.
E quando menos ele esperava, por de traz eis que surgiu um facho dourado de luz que o iluminou como um balsamo revigorador, que o acompanharia para o resto de sua vida.
O pássaro meus amigos, só viu a luz do sol quando parou para refletir.
Por mais rápido que voasse, ele nunca encontraria a desejada estrela, pois que ele se encontrava na velocidade da troca do dia pela noite. E em sua busca desesperada, ele só vivia voando em noites que nunca acabariam, se ele um dia não tivesse parado para refletir.
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Agora, quanto a idéia de Patrick, sobre dormir longe daqui, eu também acho melhor, e ainda acrescento: longe daqui e perto dos cavalos.
Ouçam, pois que não desmereço o vigor dos dois quanto a esta missão. Suas vontades são por mim, muito apreciadas e deveras respeitadas. Mas ofereço meus conselhos para os que possuem capacidade de escutar e não só ouvir de forma mecânica. Guardemos estas maravilhosas energias, para uma manhã onde o sol possa nos receber, renovando-nos para as adversidades futuras.
Desculpem-me senhores se falo de mais. Mas eu sigo os impulsos do meu coração orientados pelo norte da minha razão. E é isto que me manteve vivo até hoje, mais que qualquer golpe de espada ou esconderijo na sombra.